No Limbo

Do alto dos meus 33 anos e 1 dia e toda a sabedoria acumulada neste período, achei que já era hora de compartilhar um pouco das insanas e recorrentes histórias de nós, balzacas, vivendo no limbo da falta de machos. Histórias reais e fictícias, minhas, de amigas e de personagens, que pretendo que ilustrem o surreal que é essa transição sociológica onde cabe de tudo: desde pessoas que te encaram com piedade (como se o fato de não ter um bofe transformasse você em um ser mutilado), até as que te olham com inveja (como se o fato de você sorrir mesmo assim, te transformasse em uma semideusa autotrófica)...



ATENÇÃO: Os nomes foram trocados ou omitidos em uma tentativa de se manter um mínimo de dignidade





terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Conto de... Fodas?!?

E era uma vez uma cidadã que decidiu ir ao baile. E, mesmo sem fadas para arrumá-la, ela conseguiu um bom resultado no visual, empregando pouco tempo no processo já que ela nem estava tão afim assim de impressionar. Afinal, tem dias que basta um pouco de diversão. Chamou a carruagem pelo rádio-taxi e, despretensiosa, partiu.

Chegou ao baile e, todas hão de convir comigo, o efeito da produção-que-deu-certo começou a surgir. A segurança é um estímulo ainda pior que o álcool no quesito "se eu quero, eu posso". Resolveu então mostrar que ainda era gueixa e, para isso, testou se o seu olhar ainda era capaz de parar o menino da bicicleta. Funcionou embora ele não estivesse de bicicleta - nem faria sentido em pleno baile. Também não era menino. Talvez por isso resolveu mostrar que ainda era ninja e devolveu um olhar "te como até os ossos", para mostrar quem estava no comando. Macho-alpha é assim, só podemos resignar-nos.

Dançaram. Olharam mais. Dançaram novamente. E a certeza de que estavam predestinados para aquela noite era tão grande que nem precisaram discutir o assunto.

E ele decidiu que essa coisa de carruagem estava ultrapassada e resolveu levá-la embora. E ele decidiu que tinham duas opções: sair para beber ou comerem-se. E ela decidiu que tinha muitos amigos pra beber e poderia deixar para fazer isso em qualquer outro dia de sua vida. E eles se amaram. Amaram cada pedaço do corpo do outro e cada uma das posições que conseguiram lembrar para usar aquela noite.

E foram felizes para todo o sempre dos segundos que durou cada um daqueles orgasmos...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A única coisa certa é que eu sempre devo

Tenho preguiça de gente correta.

Não gente reta, honesta, que não bate carteira... Minha preguiça é de gente que quer ser certinha, que quer viver de acordo com as conveniências, que se atém às regras da sociedade e que vai se acomodando na caixinha até que, de repente, fica quadrada.

Nada me dá mais preguiça que ouvir alguém dizendo "tenho que fazer isso porque é o certo a se fazer" ou "eu devo isso a ela" ou "eu devo isso a ele" ou "eu devo isso por causa daquilo".

Comecem agora, em coro, a me chamar de caloteira, mas se eu devo, já aviso: vou continuar devendo. Importa-me mais o quero e o preciso. Certo, para mim, é ser feliz.

É verdade que me alegra buscar conciliar interesses e ver as pessoas ao meu lado (e talvez aquelas que estão mais longe uns passos) sorrindo, mas se eu tiver que escolher, lamento, tenho a obrigação divina de buscar o que me faz dar risada, o que me faz ficar molinha, o que me faz satisfeita.

Viver o "certo" é ser preguiçoso, não ousar. Quem tem disposição se mistura, se joga, e, consequentemente, em algum momento da vida, faz cagada. Gente grande corre riscos.

Caso eu já tenha te magoado, peço desculpas: só pisei no seu pé porque estava caçando borboletas.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Afinal, o que é o amor?

Meio contraditório o título e a origem do post. Mas vocês vão entender. Eventualmente...

Tive uma aula dia desses de um amigo meu enquanto fumávamos um cigarro. O que é mais do que interessante vindo dele. Primeiro pq ele ainda está decidindo se é meu amigo ou não. Segundo pq ele não é muito de falar. É daquelas pessoas que não preferem a voz ao silêncio. Pessoas que são incrivelmente charmosas por só abrir a boca quando realmente têm algo a dizer.

Em linhas gerais, ele estava me explicando que amar é babaquice. Que o amor, com exceção daquele da mãe da gente, não existe. Ele não me parece traumatizado ou insensível. Longe disso. Acho que ele é prático apenas. Depois, pensando no assunto, cheguei à conclusão de que o problema dele não é com o amor... é com o check list que a gente têm do que é ou não o amor e com rotularmos isso quando o sentimento ou demonstrações atendem nossas expectativas. Explico:

Ele dizia, basicamente, que quando está com alguém é pq quer estar e que isso o impele a fazer absolutamente de tudo para que outra metade do relacionamento seja a pessoa mais feliz do mundo. Dá toda a atenção necessária, se esforça especialmente no sexo (e nem tem jeito de quem precisa fazer esforço) e cuida. Durante todo o tempo que ele usou pra explanar sua tese - e mesmo depois - um clichê ficava martelando minha cabeça (não tive coragem de citar para ele na hora pq é clichê e eu tento ser cool às vezes, mas é Vinícius e isso é o que importa): "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Todo o tempo ele criticando o amor, mas descrevendo o sentimento mais gostoso que eu conheço e eu lembrando do soneto que é a descrição detalhada do que o amor é pra mim...

Pergunto então, o que é isso que existe nos relacionamentos dele? Desamor sei que não é. O que é o amor senão atenção, empenho, cuidado e a vontade de fazer o outro se sentir o ser mais feliz do mundo?

Tem muita gente no mundo que adora usar o nome, mas não exercer o sentimento. E eu lamento dizer que você, amigão, pode chamar do que quiser, mas sabe do que se trata.

Alguêm que me dê isso pode até dizer que me odeia que eu não ligo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fome?

Dizem por aí que o melhor dos temperos é a fome. E eu acho mesmo um bom tempero, mas o melhor?!?... Discordo.

Tempero bom mesmo é aquele olhar que te atravessa, a mão que te segura no ponto certo, aquela rodada no cabelo pra liberar a nuca. Isso, meu bem, é pimenta pura!

Gostoso é aquele momento em que a gente observa, antes ainda de pegar. O cheiro que te deixa salivando, quando você nem imagina ainda se ou quando vai matar a fome. É quando você está indo para aquele lugar onde você sabe que vai se satisfazer, mesmo sem saber o que vai encontrar pela frente.

A fome pode ser resolvida de qualquer jeito. Até sozinha, chupando o dedo. Mas a saciedade mesmo está diretamente ligada ao desejo.

O melhor tempero é aquele ainda algo a mais do que vontade de comer.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O seguro morreu de tédio

Nada mais velho, chato e fora de moda que a segurança.

Não quero uma vida segura. Não quero me agarrar ao conforto de onde estou e me sinto quentinha. Quero a vida como ela é. Quero que a vida me jogue de um lado para o outro, me chacoalhe, esfregue mais um pouquinho e me esfole nesse processo. Quero que aconteça o que for preciso.

Quero estar aberta para receber as surpresas. Vou receber surpresas ruins pq eu tenho total conhecimento de que a vida não é exatamente aquele mar de rosas. Mas vou receber aquelas surpresas boas que eu não mereço, nunca mereci, mas eventualmente o destino resolve me dar.

Quero acordar despretensiosamente um dia, sem saber que eu dormirei mais tarde sendo a mais feliz das criaturas de todo-o-mundo-de-meu-Deus. Não quero, mas aceito, ir dormir na noite seguinte me sentindo em frangalhos. Aceito mesmo. Se eu me protegesse não poderia ser despedaçada, mas também não poderia andar em nuvens.

Em segurança eu não entenderia todas as músicas ou poesias que me rodeiam. Não viveria delas.

Quero me jogar do precipício, sem paraquedas, mesmo sabendo que tudo leva a acreditar que vou me espatifar lá embaixo. E não é ficar em cacos - veja bem... É virar pó. Prefiro me arriscar e apostar naquele fiapo de chance da loucura terminar em um sorriso estampado no rosto.

Afinal de contas, tudo que eu tenho para apostar é um coração para ser partido.
Ou não.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Seja quente ou seja frio

"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito."

Estou aficcionada nesta frase. Acho que ela resume a missão, visão e valores desta ltda que vos escreve. E o mais louco é que essa frase é bíblica, extraída de Laudicéia. Veja bem: tenho o direito divino de vomitar pessoas mornas!

Tem gente que veio ao mundo para fazer a diferença. Eu tenho a impressão de que uma variação desse tema, no meu caso, é bastante aceitável: eu vim para incomodar. No decorrer da minha história, posso afirmar que sempre fui marcante. As pessoas me amam ou me odeiam, e sei que isso soa super clichê, mas a indiferença não costuma fazer parte dos meus relacionamentos.

Falando agora das minhas relações - envolvimento mesmo, não necessariamente sexuais - acho que este é o motivo para que eu não me apaixone com facilidade. Eu amo com facilidade e isso precisa ser registrado... pessoas, bichos, coisas... mas paixão é diferente. É impossível se apaixonar por gente morna.

Existem pessoas que estão por aí, trocando gás carbônico por oxigênio, e só. Parece que não aprenderam a se conhecer ainda, não sabem o que querem e nem sequer se questionam sobre o propósito das coisas.

Pra mim não dá.

Gosto de gente que gosta de gente, que escolhe um lado do muro, que dá a cara para bater, que se arrisca e tropeça no próprio sapato, fazer o que? Ou de gente que assiste tudo isso, tomando um copo de whisky, com aquele sorriso de canto de boca que só os misteriosos têm.

Qualquer um morno que habite o entre-mundos, sem saber se contempla ou carrega pedras, para mim não serve. Indicarei para você, querida, que ainda está cadastrando machos-beta.

Eu quero mais para a minha vida: quero arder em chamas ou congelar enquanto afundo junto com o Titanic, sem um Jack para me salvar, mas me recuso a morrer segura, de velhice.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Bom Moço

Sim, eles existem. And yes, we can.

Em um primeiro momento, passa pela cabeça que o bom moço é meio sem sal. Mas não é. A carência é de açucar, ou de mel. Falta é aquele ingrediente que atrai as mulherzinhas como abelhinhas em um carrossel.

Acontece é que é preciso observar o bom moço. Ele tem que ser visto, encontrado, já que o potencial dele pode estar mesmo escondido debaixo daquela roupa meio sem graça, no meio de uma festa de família.

E uma vez detectado o seu potencial é perfeitamente possível gostar dele. Rasgue já aquele preconceito contra os bons moços pois esse é o último suspiro da adolescente que agoniza em você. Na casa dos 30 a gente se apega mais a ela - é aquela necessidade que temos de provar para nós mesmas que ainda somos jovens. Eu sou a favor de amadurecer nesse aspecto e deixar a adolescente lá, moribunda, até o momento de finalmente resolvermos fazer aquele salto de paraquedas que a gente vem adiando desde a casa dos 20.

O problema do bom moço é que ele requer que sejamos boas moças para que possamos amá-lo e para isso às vezes não estamos preparadas. É preciso gostar de ser bem tratada, gostar de ser gostada, gostar de ser cuidada. Sempre gostei de bons moços, mas acho que não estava ainda preparada para eles. Nem sei se eu agora estou.

Bons moços, atenção: vocês são passíveis a upgrade! Poderão virar moços perfeitos... Basta adicionar aquela juntada de mão invertida no nosso cabelo e um beijo de tirar o fôlego, que tudo se resolve. Afinal, não interessa o tipo de bofe que a gente prefira, ele tem que ter pegada!

domingo, 29 de agosto de 2010

O Bad Boy

Falando um pouco sobre os homens da minha vida ou os tipos de homem disponíveis no mercado, o Bad Boy me veio primeiro à mente. Não que isso tenha minimamente a ver com a ordem de importância na minha história. Foi uma coisa totalmente aleatória mesmo, mas decidi começar por ele.

O Bad Boy é aquele cara completamente perfeito. Quando a gente tem 15 anos. Depois disso ele só se mantem interessante se tivermos algum tipo de retardo mental. Explico o motivo. O Bad Boy não consegue ser mais interessante pois ele se interessa somente por ele mesmo.

É de uma autoestima de derrubar quarteirões e de um egocentrismo cansativo. Ele tem seu charme. Obviamente. Se sente tão luz que as siriricas voam em volta, incessantemente. Sua autoestima dá um toque de segurança que atrai. Normalmente é gatinho e sabe se vestir. Sabe também por onde andar. Entretanto, no final das contas, o Bad Boy é uma fraude. É um personagem.

Tire a prova. Transe com ele e verá que ele não existe. Aliás, não é uma transa: é uma performance da qual você, não interessa o quanto se esforce, não passará de coadjuvante. Quando terminar, você se sentirá saindo da academia. Tem o seu valor, mas não aquele que você foi buscar.

O Bad Boy as vezes pode se disfarçar de simpático. Ele pode ser um amor e isso vai torná-lo ainda mais popular. Sempre será aquela festa o encontro de vocês mas, creia-me, você não vai conseguir passar da sala de visitas. Talvez pelo fato de não ter nada além. Falta profundidade.

Aproveite. Faça seu exercício, conheça as novas baladas com ele, faça aquela cara de mulher infiltrada no submundo, mas lembre-se que o bad no nome está lá por algum motivo. E esqueça um relacionamento, pois ele sempre estará indisponível, relacionando-se consigo próprio.

Se fosse mesmo bacana sua carinha não estaria estampando bundas por aí.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Timing

Nem acho - hoje, nesse momento eu nem acho - que o difícil seja encontrar alguém livre, bacana e ativamente disponível para um relacionamento... E não estou traindo a causa: só estou tentando ver por outro ângulo. Vou explicar e você vai achar esse tópico arquivado na gaveta superior esquerda do seu subconsciente:

O grande vilão é o timing!

O difícil é acertar o andamento, a sintonia, a aceleração e... o freio.

Eu tenho amigOs. Muitos. Sempre tive muita facilidade em fazer amizade com homens. Acho que o fato de ter sido sempre meio moleque facilita isso. Em meio a esse portfolio de amigos, tenho que confessar que temos belos espécimes. Um deles estava ontem chorando as mágoas comigo. Foi chutado. Em um primeiro momento pensei em falar que de certo ele tinha feito algo para isso, mas achei melhor usar mais a compaixão do que a língua. Mas o fato é que ele amava e estava sofrendo (não pensem "bem feito", meninas, ele é meu amigo).

Se existem homens bacana e mulheres maravilhosas, qual é o problema afinal? Simples assim: essas raças não se encontram no momento certo. Ou o bofe fica de 4 mas ela está apaixonada por aquele tosco que só faz mal para ela ou ela se acende toda e ele está ocupado com a biscate que está ocupada biscateando o amigo dele. Pode acontecer ainda dela inventar de querer um cara que decidiu que vai se dedicar à profissão somente ou ele resolver que quer aquela mulher que está tão escaldada que tirou um ano de folga para se dedicar ao DVD com pipoca, chocolate, cachorro e blog.

E vou fazer a citação que fiz pro meu amigo ontem, que perguntava o motivo de ainda acreditar, de ainda insistir: A vertigem não é medo de cair, ela é a vontade que todo ser humano tem de se jogar. Mesmo sem saber o resultado. Mesmo sem saber se o timing vai funcionar e se vão abrir uma cama elástica para você lá embaixo. Mesmo sem saber no que vai dar.

A gente continua tendo a esperança de que uma daquelas pessoas maravilhosas que a gente cruza (no bom sentido, gente, não no mais legal) pelo caminho, vai estar com o relógio perfeitamente sincronizado com o nosso.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deus não me deu a graça!

Essa é da amiga de uma amiga, que exclamava: Deus não me deu a graça de gostar de mulher!!! E fazia isso em italiano, só para ficar ainda mais gostoso de ouvir.

Mas pense: com tantas mulheres disponíveis, independentes, bonitas, donas-do-próprio-nariz, com habilidades interpessoais e totalmente disponíveis para viagens, não seria uma benção?

Mas Deus também não me deu a graça.

Não que eu considere uma desgraça gostar de homens. Mas realmente acho que as coisas poderiam ser um tanto quanto mais fáceis. Mas acho mulher um bicho liso, meio que desemxambido pra mim. Gosto de gente patuda, calosa, peluda e com pegada.

Fica meio estranho falar sobre isso, mas tive uma amiga que me ajudou a desenvolver esse meu talento nato de gostar dos machos-alfa. Ela era absolutamente louca e na adolescência toda mulher merece uma amiga completamente louca, pra apontar a direção daquele mau caminho. E o mau caminho necessita ser trilhado, queridinha, pra fazer da gente o que a gente é e para que a gente saiba que o fogo queima e que é melhor não bolir com ele.

Essa amiga era daquelas que tomavam muita bagaceira e perdiam por completo a noção do que estavam fazendo, do perigo, do certo ou do errado. E mesmo eu sendo a ponderada da dupla, convivendo com ela era impossível você não ser chamuscada pela combustão da bagaceira. Um brinde!

Agora pasmem: meia vida (minha) se passou e o que acontece? Deus deu a ela a graça. E agora ela está - casada, linda e feliz - com outra racha.

E o que é a vida senão uma grande gozação?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cobertor de Orelha

Ah, não. Hoje não!

Não me peça para escrever sutilezas, para usar o bom humor, para fazer textos leves. Hoje não! No frio não dá. O frio é tempo de ser direto. É época de fechar negócio, não de fazer gracejo. Época de se assumir (e tenho medo de usar essa palavra, pois corro o risco de tirar mais uns 3 gays do armário): EU QUERO UM COBERTOR DE ORELHA!

O frio é o clima do tédio para as mulheres sozinhas. Se você tiver um mínimo de juízo, não dá pra por o nariz na rua com esse tempo. Nem venha me dizer que dá para ir para a balada, que nesse frio o joelho range depois dos 30 - tenta dançar pra ver! Até comer é deprimente. Prato para um no frio é sopa. Não interessa se é sopa de envelope para comer em casa, ou sopa no pão para comer na rua. Sopa é prato de gente sozinha. Fondue é de frio, é muito mais legal, mas é para dois.

Até beber, que é sempre um consolo, no frio é complicado. Bebida de frio é vinho tinto e uma bela garrafa de vinho tinto deveria ser tomada a dois. Tudo bem, gente... sou plenamente capacitada a tomar uma garrafa de vinho sozinha, mas isso é pura falta de opção.

Frio pede acompanhamentos. Pede fondue, vinho tinto, cobertor de orelha, conchinha e sexo e, obviamente para tudo isso, companhia.

Hoje só me resta o chocolate. Que serve tanto para o frio quanto para a falta de tudo isso.

Agora me dê licença, que estou com tanta saudade de um namorado que preciso ir ali, assistir um futebol!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Garota Enxaqueca

Estive fora de circulação uns tempos... venho estando... por causa da bendita enxaqueca.

Só vocês, mulheres passadas dos 30 e que ainda usam anticoncepcional, sabem do que eu estou falando. É muito hormônio para um corpinho só.

Nossos próprios hormônios já estão naquele fervo. É uma montanha russa louca, desgovernada. Daí lá vamos nós e, diariamente ou mensalmente, botamos mais um pouco de hormônio para dentro. Deve ser o cúmulo da insensatez.

Algumas afortunadas podem estar perguntando: "E pra que você usa anticoncepcional? Tanta opção além da pílula e você aí com enxaqueca?" Juro que sei disso, colega. Sou super bem informada nessa area e, para ser sincera, a pílula é tudo para mim menos anticoncepcional.

Para quem ainda não tem o macho-alfa, a camisinha é a única opção se você vai nadar com os betas. E ela já serve pra isso também. Como não existe a possibilidade de sexo inseguro a essa altura do campeonato, tudo estaria resolvido se a pílula não fosse também a barreira que nos separa das espinhas e dos pelos. Pois é, afortunadas, a gravidez não é o problema aqui. Posso ser uma Garota Enxaqueca, mas espinhenta e peluda, não!

Sou uma panela de pressão, cheia de hormônios fervendo, e minha cabeça é aquele pininho, que solta fumaça e grita!

E assim vamos: andando no desfiladeiro do vale da morte, mas de salto!

Racha means...

"Meninos têm pênis, meninas têm vagina". Quem é da minha idade há de lembrar dessa cena de Um Tira no Jardim de Infância. Racha é a segunda parte dessa porção. Somos rachadas. Se você não está habituada com este termo, acostume-se! Acho bastante simpático e você verá bastante por aqui.. O nome científico e os sinônimos - em geral - são de péssimo gosto.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Inveja do Pau

Dizem que nós, mulheres, temos inveja do pau. De ter um. De verdade, não sei porque alguém pode pensar isso, pois seria impossível usar calça justa tendo um desses. E já temos coisas demais penduradas para precisarmos de mais uma. Acho muito legal toda aquela história de fazer xixi em pé - super mais prático e higiênico - mas é só.

Sei que é clichê, mas para esnobar vou dizer que com a minha racha posso conseguir quantos paus eu quiser. E você com a sua também. Você outra, com a sua própria, idem. Simples assim: os machos são bastante viciados e pouco seletivos quando se trata disso. Você pode até não conquistar o bofe, mas o little bofe é quase tiro certo. Nada que uma piscada, uma carinha de safada e um decote não consigam.

A verdade é que eu tenho é inveja de gay.

Acho que como casal, a sintonia é perfeita. Como os dois pensam com a cabeça pequena, sempre acho que se harmonizam com mais facilidade. Fora que o mercado é enorme. Tenho um amigo que diz que ano que vem nós héteros ficaremos na Paulista na Parada Gay, enquanto eles ocupam o resto da cidade - do contrário não caberá mais. E além de tudo, como se precisasse de mais ajuda, ainda tem os redutos. Lugares certos para ir e caçar, ver e ser visto.

Acho que o único reduto hétero que eu conheço é um bar estilo country, gigante. Tem tantos homens héteros quanto chapéus e botas, mas juro que na hora da necessidade bem que dá para abstrair dos acessórios. Uma amiga minha que não suporta sertanejo anda até conseguindo abstrair da música.

Estávamos em uma rodinha de rachas, falando sobre como somos equilibradas e não temos ciúmes e passou um amigo gay que disse:

- Eu tenho. Por isso eu tenho namorado e vocês não.

Deu um ódio daquela bicha, mas é preciso esclarecer. Lamento dizer, mas é mentira nego. É tudo uma questão demográfica.

Piada do Dia

Nem acho bonito gente que fica ouvindo conversa alheia. Sou até bastante educadinha nisso mas, por mais que a gente seja lady, às vezes é impossivel evitar.

Andando na rua com um amigo, passamos por uma rodinha de machos. Custei a acreditar no que eu ouvi, já que estava naquele processo jiboiesco pós-almoço, mas eis que um deles desabafa, naquele tom de "ai, como a minha vida é difícil":

- É impossível saber o que as mulheres querem!

Tive uma crise de riso. Riso daqueles histéricos mesmo. Acho até que incomodei a rodinha, mas foi melhor do que a alternativa, que seria dizer:

- A recíproca é verdadeira!

Pensei depois de alguns segundos em propor uma permuta: eu ouviria o problema existencial do pobre moço e explicaria por A + B as razões lógicas da mulher em questão, porque obviamente ela teria razões lógicas. Em troca ele teria que me explicar os mistérios da raça dos machos-alfa.

Desisti da proposta por acreditar que nem ele saberia.

Olhando brevemente os casos dos amigos, lembro de uns que dizem que querem uma namorada, mas ao serem indagados sobre o motivo de não namorarem uma mulher linda, independente e interessante que conheceram, respondem "ahh não"... e ponto. Outros dizem que está na hora de endireitar a vida, sossegar com alguém, casar e 5 minutos depois falam que só sairão de casa quando tiverem - no mínimo - a mesma infra. Outros que casaram, fazem planos de ter filhos com as donas patroas e de repente, não mais que de repente, tentam te agarrar no elevador...

Recado para o mocinho da calçada: Empatamos, meu bem! Não faço a menor ideia do que se passa na cabeça de vocês.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Efeito Borboleta

Nos relacionamentos, reais ou platônicos, a melhor sensação é a de borboletas no estômago.

Não é frio na barriga. Não tem absolutamente relação com frio. E não é na barriga. Fica mais para cima um pouco, já que o estômago está mais perto do coração. O frio na barriga é adrenalina, é medo. Não é frescurinha de bem estar. Estamos falando de outra coisa.

Uma amiga mais chique diz que são borbulhas de champagne. Acho muito elegante, mas também tenho minhas restrições. A história da champagne é mais um processo. Você abre, serve, ela faz borbulhinhas pelo gás e depois morre. Ou acaba. E as vezes dá bode ou ressaca.

A coisa da borboleta é mais episódica. Acontece do nada, de repente. Acho até que elas moram no estômago, mas são daquelas inquilinas normalmente comportadas. É fato raro notar a existência delas. Até que um dia elas resolvem armar uma festa e sem mais nem menos resolvem voar e resvalar a asa na gente para fazer cosquinha.

Se fossemos mais caiporas ou vivêssemos no século XVII e ouvíssemos um "gracejo" ou um "galanteio" de um bom moço, levaríamos a mão à boca e soltaríamos um "hihihi". Pois bem. A borboleta nada mais é que o hihihi da boca do estômago.

É um desconcerto que traz felicidade, quando a gente vê, ouve ou pensa naquela pessoa. E é só por isso que não é qualquer um que serve para a gente.

E tão bom quanto desnecessário foi descrever isso aqui, pois tenho certeza absoluta de que você sabe exatamente do que eu estou falando.

Sorte a nossa!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sozinha sim, encalhada nunca!

Do mesmo jeito que não aceito o "solteira sim, sozinha nunca", também me recuso a ser rotulada de encalhada. Aliás, recuso esse rótulo para todo mundo. Acabei de decidir e decreto que nenhuma mulher poderá ser chamada de encalhada aqui no purgatório, sob pena de ser enviada para o inferno. E o inferno, linduxa, é onde vivem os homens broxas.

Tudo bem eventualmente falhar, porque ninguém é de ferro. Eu entendo. O nome é pau, não ferro. Tudo bem também não é verdade. Óbvio que não tá tudo bem quando a coisa não funciona, mas... OK, vá lá, paciência, o que se há de fazer, não é mesmo?

Mas a encalhada é aquela que não passa por isso, porque nem chega a partir-pros-finalmentes. É quem ninguém quer. Encalhada é baleia e não é disso que estamos falando aqui. Baleia é bicho e a intenção é falar de relacionamentos entre seres humanos (além daqueles caras, que não são seres humanos, mas que jogam um futebol com a gente de vez em quando).

Aqui não tem baleia não. Tá todo mundo brigando com a balança, com os hormônios, mas todas seminovas com revisão em dia, prontas para uso.

Não gosto do termo solteira também, porque solteira é o oposto de casada e essa também não é meta de todas.

Acho que somos é sozinhas, romanticamente falando, com toda a dor e a alegria que isso traz. E todas nós sabemos que traz alegrias também: a liberdade de poder escolher se a gente quer ou não.

LIVRAI-NOS DOS MALAS. AMÉM!

Mas se não tê-los, como sabê-los?

Falando em aniversário...

Nunca me preocupei com essa coisa de idade. Até porque se preocupar com isso é coisa de gente velha. A gente está muito ocupada vivendo a vida para pensar nisso enquanto somos jovenzinhas.

Até tive uma frescurinha quando virei balzaquiana, mas depois decidi que a casa dos 30 seria um ótimo lugar para se viver. E é. É mais confortável, a vista ainda é boa, você tem uma boa infraestrutura. Achei que era a melhor morada da minha vida, até que descobri que nessa casa também mora o RELÓGIO BIOLÓGICO! E o relógio biológico, meu bem, não é lá um roommate super gostoso.

Eu não tinha dado de cara com ele até agora mas, perto deste aniversário, fui oficialmente apresentada. Não posso dizer que foi um encontro agradável, mas preciso registrar que não desgosto dele. Na verdade, nem sei se ele é importante para mim. Se vale a pena notar a sua presença.

E esse, minha amiga, é o grande problema. Depois que você é apresentada ao relógio biológico, você tem que decidir se ele te importa ou não. Nunca me achei confusa até agora, mas estou começando a pensar que também não sou tão decidida assim... (pausa para o rufar dos tambores): eu não sei se quero ter filhos.

É estranho porque nós, mulheres, deveríamos vir com essa programação de fábrica. We are supposed to be mothers. Tá lá, registrado, no Livro da Ovulação da Espécie. A meleca é que we are supposed to be tanta coisa, que quando chega na casa dos 30 ainda falta de um tudo e não dá pra saber se vai dar tempo nesse restinho de dois terços de vida que a gente ainda tem pela frente.

E se você é daquelas que não consegue priorizar nem as coisinhas básicas do dia a dia, se prepara: o tosco do relógio não fica parado esperando resposta. Esse é um dos motivos de nos jogarmos na Odisséia Homérica da busca pelo macho-alfa da qual trataremos aqui (seja só para praticar ou para reproduzir)...

Além da diversão e o de manter em dia brilho da pele!

No limbo

O nome "no limbo", embora não seja profundo, não foi impensado.

Estar sozinha, na casa dos 30, é uma espécie de purgatório. É como se você estivesse purgando coisas que você nem sabe que fez, enquanto espera seu ticket para o paraíso.

E lamento contradizer quem fala: Solteira sim, sozinha nunca. Sozinha nunca é o escambau! Sonha que eu acredito que as pegadoras não se sentem sozinha num Domingo a tarde enquanto o Faustão fala asneira e elas estão deitadas no sofá, sem ninguemzinho para fazer um cafuné. E quando tem que ir com o carro fazer a inspeção veicular? E quando vai ter algum evento familiar e o anfitrião pergunta, ao te convidar pelo telefone, se você vai levar alguém? Sozinha nunca é o meu pau de óculos. Esquece.

Tá no limbo sim. Purgando as gordurinhas, o ciúme, a TPM, as manias, as depressões, o jeito de bisca, enfim... tudo aquilo que possa nos separar dos machos-alfa.

E purgando também os machos-beta. Aqueles homens que nem são assim homens, mas que vão aparecendo na vida para que a gente tenha história surreal para contar. Tem que purgar homem purgante mesmo.

E esse é o limbo onde estamos, queridinha. Aquela coisa entre o céu e o inferno. O lugar em que a gente não precisa ser santa nem puta, onde a gente sofre mas goza.

Seja bem vinda ao nosso limbo (nem tão) particular.

Idade de Cristo

Ontem foi meu aniversário. 33 anos. Tive que ouvir algumas vezes que era uma idade linda. E é. Afinal de contas quando a outra opção é a morte, como é o caso aqui, ir mudando a idade me parece bem legal.

O estranho é que a justificativa para a lindeza dessa idade é o fato de ser "a idade de Cristo". E eu gosto muito de Cristo e preciso confessar que sou uma das queridinhas de Deus, mas não vejo a menor lógica em achar essa idade bonitinha por causa disso. Ele morreu com 33, gente. Ainda por cima crucificado. Deixo claro que não é isso que pretendo para os meus 33 anos.

Um fato é que eu estava em um bar com meia dúzia de amigos e o outro fato é que a mesa de um bar é o palco perfeito para grandes ideias e decisões. E reuni a ideia velha de falar sobre relacionamentos com a decisão de que a hora era agora. Se eu for crucificada que seja pela minha própria língua e não porque um Judas qualquer falou mal de mim.

Conheço vários homens - alguns no sentido bíblico de conhecer - mas quase nenhum solteiro. E conheço várias mulheres divinamente lindas, interessantes e, obviamente, complicadas. Muitas delas solteiras. Umas esperando o príncipe encantado, outras um sapo pegajoso, outras um mago na cama pra revirar a vida do avesso e outras só um pé caloso mesmo para esquentar o seu pé debaixo do edredon enquanto dormem de conchinha.

E obviamente cada uma delas fala do seu idealizado macho-alfa (embora algumas teimem em insistir com um macho-beta) de um jeito muito particular. E isso merecia ser publicado. E os papos naquela mesa de bar ontem foram o empurrão final para dar voz aos desabafos dessas divas. E este blog nasceu, lindo como um joelho.