No Limbo

Do alto dos meus 33 anos e 1 dia e toda a sabedoria acumulada neste período, achei que já era hora de compartilhar um pouco das insanas e recorrentes histórias de nós, balzacas, vivendo no limbo da falta de machos. Histórias reais e fictícias, minhas, de amigas e de personagens, que pretendo que ilustrem o surreal que é essa transição sociológica onde cabe de tudo: desde pessoas que te encaram com piedade (como se o fato de não ter um bofe transformasse você em um ser mutilado), até as que te olham com inveja (como se o fato de você sorrir mesmo assim, te transformasse em uma semideusa autotrófica)...



ATENÇÃO: Os nomes foram trocados ou omitidos em uma tentativa de se manter um mínimo de dignidade





domingo, 16 de janeiro de 2011

Afinal, o que é o amor?

Meio contraditório o título e a origem do post. Mas vocês vão entender. Eventualmente...

Tive uma aula dia desses de um amigo meu enquanto fumávamos um cigarro. O que é mais do que interessante vindo dele. Primeiro pq ele ainda está decidindo se é meu amigo ou não. Segundo pq ele não é muito de falar. É daquelas pessoas que não preferem a voz ao silêncio. Pessoas que são incrivelmente charmosas por só abrir a boca quando realmente têm algo a dizer.

Em linhas gerais, ele estava me explicando que amar é babaquice. Que o amor, com exceção daquele da mãe da gente, não existe. Ele não me parece traumatizado ou insensível. Longe disso. Acho que ele é prático apenas. Depois, pensando no assunto, cheguei à conclusão de que o problema dele não é com o amor... é com o check list que a gente têm do que é ou não o amor e com rotularmos isso quando o sentimento ou demonstrações atendem nossas expectativas. Explico:

Ele dizia, basicamente, que quando está com alguém é pq quer estar e que isso o impele a fazer absolutamente de tudo para que outra metade do relacionamento seja a pessoa mais feliz do mundo. Dá toda a atenção necessária, se esforça especialmente no sexo (e nem tem jeito de quem precisa fazer esforço) e cuida. Durante todo o tempo que ele usou pra explanar sua tese - e mesmo depois - um clichê ficava martelando minha cabeça (não tive coragem de citar para ele na hora pq é clichê e eu tento ser cool às vezes, mas é Vinícius e isso é o que importa): "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Todo o tempo ele criticando o amor, mas descrevendo o sentimento mais gostoso que eu conheço e eu lembrando do soneto que é a descrição detalhada do que o amor é pra mim...

Pergunto então, o que é isso que existe nos relacionamentos dele? Desamor sei que não é. O que é o amor senão atenção, empenho, cuidado e a vontade de fazer o outro se sentir o ser mais feliz do mundo?

Tem muita gente no mundo que adora usar o nome, mas não exercer o sentimento. E eu lamento dizer que você, amigão, pode chamar do que quiser, mas sabe do que se trata.

Alguêm que me dê isso pode até dizer que me odeia que eu não ligo.