No Limbo

Do alto dos meus 33 anos e 1 dia e toda a sabedoria acumulada neste período, achei que já era hora de compartilhar um pouco das insanas e recorrentes histórias de nós, balzacas, vivendo no limbo da falta de machos. Histórias reais e fictícias, minhas, de amigas e de personagens, que pretendo que ilustrem o surreal que é essa transição sociológica onde cabe de tudo: desde pessoas que te encaram com piedade (como se o fato de não ter um bofe transformasse você em um ser mutilado), até as que te olham com inveja (como se o fato de você sorrir mesmo assim, te transformasse em uma semideusa autotrófica)...



ATENÇÃO: Os nomes foram trocados ou omitidos em uma tentativa de se manter um mínimo de dignidade





quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mas se não tê-los, como sabê-los?

Falando em aniversário...

Nunca me preocupei com essa coisa de idade. Até porque se preocupar com isso é coisa de gente velha. A gente está muito ocupada vivendo a vida para pensar nisso enquanto somos jovenzinhas.

Até tive uma frescurinha quando virei balzaquiana, mas depois decidi que a casa dos 30 seria um ótimo lugar para se viver. E é. É mais confortável, a vista ainda é boa, você tem uma boa infraestrutura. Achei que era a melhor morada da minha vida, até que descobri que nessa casa também mora o RELÓGIO BIOLÓGICO! E o relógio biológico, meu bem, não é lá um roommate super gostoso.

Eu não tinha dado de cara com ele até agora mas, perto deste aniversário, fui oficialmente apresentada. Não posso dizer que foi um encontro agradável, mas preciso registrar que não desgosto dele. Na verdade, nem sei se ele é importante para mim. Se vale a pena notar a sua presença.

E esse, minha amiga, é o grande problema. Depois que você é apresentada ao relógio biológico, você tem que decidir se ele te importa ou não. Nunca me achei confusa até agora, mas estou começando a pensar que também não sou tão decidida assim... (pausa para o rufar dos tambores): eu não sei se quero ter filhos.

É estranho porque nós, mulheres, deveríamos vir com essa programação de fábrica. We are supposed to be mothers. Tá lá, registrado, no Livro da Ovulação da Espécie. A meleca é que we are supposed to be tanta coisa, que quando chega na casa dos 30 ainda falta de um tudo e não dá pra saber se vai dar tempo nesse restinho de dois terços de vida que a gente ainda tem pela frente.

E se você é daquelas que não consegue priorizar nem as coisinhas básicas do dia a dia, se prepara: o tosco do relógio não fica parado esperando resposta. Esse é um dos motivos de nos jogarmos na Odisséia Homérica da busca pelo macho-alfa da qual trataremos aqui (seja só para praticar ou para reproduzir)...

Além da diversão e o de manter em dia brilho da pele!

Um comentário:

Daniela Augusto disse...

Não acho que deveríamos vir com essa vontade louca de ter filhos não.

Realmente, quando se passa dos 32 a vontade passa.

E digo, se alguém ainda está pensando o contrário: fique bem quietinha, que vai passar!!!

Tem gente sim que só tem um objetivo na vida: casar e ter filhos.
Essas engravidam logo, casam rápido e com o primeiro para provar para a sociedade que conseguiuv cedo. Pura besteira. Elas se separam logo, principalmente quando percebem que suas amigas, da mesma idade, ainda estão triunfando e vivendo a vida plenamente para "resolver" a vida próximo dos 40 anos.

Acho que é na casa dos 40, com muito mais maturidade, que as coisas podem e devem ser resolvidas.

Muita calma! Temos tempo ainda!
Tempo para curtir, dançar, viajar, ler...
Depois dos 40 e dos filhos, o tempo será só deles.

E se não quiser tê-los... qual o problema. Onde está escrito que é necessário?
É necessário ser feliz! Só isso!