Tenho preguiça de gente correta.
Não gente reta, honesta, que não bate carteira... Minha preguiça é de gente que quer ser certinha, que quer viver de acordo com as conveniências, que se atém às regras da sociedade e que vai se acomodando na caixinha até que, de repente, fica quadrada.
Nada me dá mais preguiça que ouvir alguém dizendo "tenho que fazer isso porque é o certo a se fazer" ou "eu devo isso a ela" ou "eu devo isso a ele" ou "eu devo isso por causa daquilo".
Comecem agora, em coro, a me chamar de caloteira, mas se eu devo, já aviso: vou continuar devendo. Importa-me mais o quero e o preciso. Certo, para mim, é ser feliz.
É verdade que me alegra buscar conciliar interesses e ver as pessoas ao meu lado (e talvez aquelas que estão mais longe uns passos) sorrindo, mas se eu tiver que escolher, lamento, tenho a obrigação divina de buscar o que me faz dar risada, o que me faz ficar molinha, o que me faz satisfeita.
Viver o "certo" é ser preguiçoso, não ousar. Quem tem disposição se mistura, se joga, e, consequentemente, em algum momento da vida, faz cagada. Gente grande corre riscos.
Caso eu já tenha te magoado, peço desculpas: só pisei no seu pé porque estava caçando borboletas.
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